Descubra como controlar a compulsão por doces e ansiedade de forma prática e eficaz!
Hoje vamos falar sobre um assunto que afeta muitas pessoas: a compulsão por doces. Você já se pegou sentindo um desejo incontrolável por açúcar, especialmente quando está ansioso? Neste artigo, vamos abordar a relação entre ansiedade e consumo de açúcar, entender por que isso acontece e discutir algumas estratégias para lidar com esse ciclo vicioso. Vamos lá!
A ansiedade é uma condição natural do ser humano. Porém, em excesso pode ser prejudicial, patológica e interferir em vários comportamentos como a alimentação.
O Brasil é um dos países mais ansiosos do mundo. E a pandemia vem agravando cada vez mais os distúrbios de ansiedade e de compulsão alimentar.
Isso porque existe uma forte relação entre ansiedade, fisiologia cerebral e consumo de açúcares, doces e carboidratos em geral.
Mas, qual é a relação entre ansiedade e consumo de açúcar?
O comportamento alimentar é influenciado por diversos fatores, dentre eles os fisiológicos e neuro-cognitivos. Nessa perspectiva, pode-se dizer que as escolhas alimentares são baseadas em dois componentes centrais:
1) Componentes homeostáticos = relacionados à necessidade de energia/caloria
2) Componentes hedônicos = relacionados ao prazer
A nutrição ideal é aquela que equilibra o consumo energético e o prazer relacionado à alimentação.
Porém, nos transtornos de ansiedade existe um desequilíbrio entre esses componentes.
E a ansiedade torna-se gatilho para o consumo excessivo de açúcares e fontes de carboidratos como:
- doces
- chocolates
- sorvetes
- sobremesas
- pães
- roscas
- massas
- bolos
- bolachas/biscoitos recheados
E porque isso acontece?
Primeiro, porque o cérebro usa glicose como fonte de energia. Segundo, porque o consumo de doces e açúcares ativa sistemas neurais de recompensa via dopamina associados ao prazer, bem estar e relaxamento.
Nos transtornos de ansiedade, as pessoas ficam muito focadas no processo mental/emocional de antecipação, medo, angústia e preocupação excessiva.
O que leva ao aumento do gasto energético pelo cérebro cuja principal fonte de energia é a glicose, ou seja, o carboidrato.
Além disso, em resposta a situações de ansiedade e estresse mental/emocional ocorre um aumento da liberação de adrenalina e noradrenalina que preparam o corpo fisiologicamente para reações de fuga ou luta.
Para essa ação muscular e cerebral, o organismo precisa aumentar a disponibilidade de glicose na corrente sanguínea.
Por isso, pessoas com transtornos de ansiedade recorrem ao carboidrato (principalmente os açúcares dos doces e chocolates, além de pães, massas e sobremesas) como fonte de energia e também de prazer.
O que fazer para reduzir esse ciclo de ansiedade e compulsão por doces?
A ansiedade gera uma cascata fisiológica de liberação de hormônios do estresse como adrenalina e cortisol. E também aumenta o gasto de energia pelo cérebro.
Por isso, pessoas ansiosas relatam cansaço e falta de disposição para atividades cotidianas e exercício físico.
Para melhorar o humor, reduzir fadiga e equilibrar o comportamento alimentar é necessário:
ALIMENTAÇÃO E SÍNTESE DE SEROTONINA
O aumento do nível de serotonina no cérebro auxilia no controle da ansiedade e da compulsão por carboidratos (principalmente açúcares, chocolate e doces em geral).
A serotonina (neurotransmissor/ hormônio do bem estar e do bom humor) é sintetizada a partir do aminoácido triptofano.
Portanto, recomenda-se o consumo de alimentos fontes de triptofano como: músculo bovino, ovo (gema do ovo), lentilha, feijão-branco, grão de bico, nozes, castanha do Pará, arroz integral, amaranto e banana.
Além dos alimentos, existem fitoterápicos que podem auxiliar no tratamento da ansiedade e da compulsão por doces.
EXERCÍCIO FÍSICO
O exercício também auxilia no controle da ansiedade. É uma forma de sair do foco mental e se conectar mais com o próprio corpo. Atividades como dança, pilates, ioga, musculação, corrida, ciclismo, natação, entre outros, são boas opções.
Além disso, o exercício libera substâncias como a endorfina que causam prazer e bem estar. E contribuem para o equilíbrio do funcionamento psíquico (mental) e somático (corporal).
MUDANÇA DE HÁBITOS
Identificar os gatilhos da ansiedade, substituir rotinas, mudar os hábitos alimentares e procurar outras formas de recompensa e prazer.
DESCONECTAR E TER ATIVIDADES PRAZEROSAS
Desconectar da internet e das redes sociais principalmente nos momentos das refeições e antes de dormir.
Meditar, fazer boas leituras, exercício físico, cultivar hobbies, bons relacionamentos e convívio social também contribuem para reduzir a ansiedade.
Além das mudanças de hábitos, é fundamental procurar tratamento com psicoterapia e medicamentos quando necessário.
Para maiores informações, acesse: C. Prasad. Food, mood and health: a neurobiologic outlook. Braz J Med Biol Res 31(12) 1998. Disponível em: https://www.scielo.br/j/bjmbr/a/VvP8LJpCptm4r9z7VNjQtVn/?format=pdf&lang=en